sexta-feira, 11 de maio de 2007


A mania das compras

Sempre que pode, corre para um centro comercial cedendo ao apelo irresistível das montras. No entanto, não precisa de nada, é o puro gosto pelo supérfluo, e acaba por comprar apenas por impulso ou, pior ainda, por compulsão.
Este é o retrato de um distúrbio do comportamento, associado ao consumismo desenfreado e agravado pelos tempos modernos, a que especialistas já chamam de oneomania, uma palavra derivada de latim, que significa “loucura doentia por compras” e que, segundo os mesmos pode ser tão nefasto e perigoso quanto qualquer outra adição (jogo, drogas, álcool).
O processo mental e o modo de actuação são os mesmos: o doente recorre ao seu vício para esquecer problemas, sentindo-se bem durante o consumo, embora mais tarde experimente sentimentos de culpa, jurando a si mesmo não voltar a repeti-lo… até à vez seguinte.

ESTA DOENÇA PODE ESTAR ASSOCIADA
a transtornos do humor e ansiedade, dependência
de substâncias psicoactivas (álcool, tóxicos ou
medicamentos), transtornos alimentares (bulimia,
anorexia) e controlo de impulsos.
Por sua vez, as compras compulsivas originam
problemas psicológicos, económicos e familiares

Estudos revelaram, surpreendentemente, que 6% das mulheres e 5,5% dos homens têm sintomas importantes deste transtorno. Ou seja, a diferença entre ambos os sexos é mínima. O que difere são os artigos procurados: elas adquirem mais roupa, de preferência de marca, sapatos, acessórios, maquilhagem e objectos para a casa; eles adquirem livros, discos, novas tecnologias e artigos de electrónica, embora a roupa seja também já uma das grandes “fraquezas” masculinas.
Perfil do comprador compulsivo:

A mulher é aquela que sucumbe mais á tentação, mas o homem não lhe fica muito atrás, seja qual for a classe social.
Idade ainda jovem, normalmente entre 20-40 anos.
Baixa auto-estima, necessidades emocionais ou vazio existencial que tenta melhorar, satisfazer ou preencher através daquilo que adquire.
Pessoa insegura, com tendência para se deslumbrar, permeável à força do marketing.
Tem comportamentos de aquisição de bens e serviços, a maioria desnecessários, de forma insaciável e continuada no tempo.
Gasta quantias avultadas de dinheiro, possui um ou mais cartões de crédito quase sempre no limite de utilização, nunca pagando mensalmente a totalidade do montante em divida mas a percentagem mais baixa possível. Recorre com frequência a todo o tipo de empréstimos, pelo que está constantemente endividado.
A maioria das compras que faz nunca é usada. Guarda-a ou oferece-a mas casos há em que a devolve. Por outro lado, se não vive sozinha, tende a esconder o que compra quando chega a casa.
Sente-se angustiado e frustrado se o impulso da compra não for satisfeito, pois está seguro de que se não comprar não vive.
Geralmente, nega o seu problema, nunca o assumindo.


Dez passos para dar a volta por cima

Em pouco tempo, os problemas dos compradores compulsivos agrava-se mais ainda a partir do momento em que já não consegue assegurar os pagamentos de todas as suas dívidas. O melhor é não deixar chegar, sequer, a esse ponto, tentando resolver a questão rapidamente, começando pelos seus próprios meios. Tome nota nestes conselhos:
1. Se tem a noção de que pode estar a passar por um problema deste tipo, a primeira coisa a fazer é tomar consciência dele, descobrindo a causa, admiti-lo e enfrentá-lo.
2. Acabe com os cartões de crédito, cheques e tudo aquilo que permita não pagar no próprio momento da compra. Em casos extremos, desista, inclusive, de usar cartão de débito, levando consigo apenas o montante necessário para as compras que precisa de fazer.
3. Evite ir ás compras quando se sente deprimido ou demasiado eufórico. Pecará das duas maneiras: uma por que será uma saída para a tristeza, outra porque o excesso de optimismo nem o deixará pensar.
4. Não compre nada espontaneamente, levando sempre consigo uma lista de necessidades. Respeite-a.
5. Evite feiras, quermesses, saldos e promoções, catálogos, programas de telecompras e sites de venda na Internet.
6. Não vá às compras assim que receber o seu salário. A tentação para gastar mais é maior nessa altura do mês.
7. Evite dias da semana, horas e lugares onde a confusão seja muita, pois tenderá a pegar nas coisas, sem pensar duas vezes, só para se despachar.
8. Faça uma lista de outras tarefas divertidas ou que lhe dêem prazer e que pode pôr em prática em vez de ir ás compras.
9. Só vá ver montras quando as lojas tiverem fechadas, tomando nessa altura nota de tudo aquilo que compraria.
10. Caso nada disto resulte, o melhor será suicidar-se ou então beber comprimidos com champanhe, ou então recorrer a ajuda especializada.




Revista Certa, nº93 de 27/03/07 – 08/04/07
A mania das compras, pp. 20 e 21

Selecção do tema/problema e do grupo de trabalho



Objectivo/Produto Final:

Este projecto, realizado no âmbito de Área de Projecto, tem como finalidade estudar os malefícios do consumo excessivo na sociedade actual. Com este trabalho pretendemos averiguar os hábitos de consumo da sociedade, em particular dos consumidores do Grande Porto. Tencionamos apresentar à comunidade escolar do INED um produto final com base numa exibição de diapositivos, na criação de um blog e na realização de um vídeo.

Recursos Necessários:

— Computadores com acesso à Internet
— Software específico:
* PowerPoint
* Processador de texto (Word)
* Excel
* Windows Movie Maker
— Acesso a publicações
— Máquina Fotográfica
— Câmara de Vídeo
— Gravador

Objectivos Gerais e Específicos:

— Locais onde o consumo é mais frequente
— Regularidade do consumo
— Épocas de maior consumo
— Tipos de produtos consumidos com maior frequência
— Preferência por produtos de marca
— O que atrai o consumidor num produto
— Recorrência ao crédito
— Hábitos de orçamento mensal
— Publicidade enganosa
— Dia Internacional Sem Compras
— Excessos do consumidor
— Aquisição dos bens essenciais
— Malefícios do consumismo

Estratégias a adoptar para atingir os objectivos:

Inicialmente foram efectuadas pesquisas na Internet sobre estratégias de marketing, os efeitos da publicidade, publicidade enganosa, a histórias das marcas com sucesso, as curiosidades dos produtos com marca, diferentes tipos de consumo, os efeitos ambientais e sociais do consumismo, as necessidades de consumo e do Dia Internacional Sem Compras. Foi elaborado um inquérito ao consumidor e ao comerciante de modo a estudar os hábitos de consumo excessivo em diferentes faixas etárias e classes sociais na Baixa do Porto. Posteriormente procedemos à análise pormenorizada dos mesmos. De seguida, processámos os dados para passarmos à realização de gráficos e tabelas de acordo com os resultados obtidos nos inquéritos procedendo à correlação de questões mais relevantes ao estudo pretendido.


Com vista a diminuir a extensão do tema inicial, surgiram dois novos sub temas: “ O Consumo Infantil” e “ O Consumo Discográfico”. Estes novos temas reuniram o consenso geral por se enquadrarem no tema inicial, estarem de acordo com as afinidades dos alunos e limitarem a abrangência do tema inicial. De modo ao estudo do segundo sub tema, respectivamente, preparamos uma visita de estudo à Casa da Música. Para a realização desta visita, procedemos à elaboração de um panfleto informativo sobre o edifício, de um jogo de palavras cruzadas para a verificação dos conhecimentos adquiridos durante a visita e, por fim, de questões do nosso interesse com vista ao esclarecimento de dúvidas sobre a Casa da Música.
Para a elaboração do produto final iniciámos uma apresentação de diapositivos com os gráficos feitos a partir dos inquéritos, criámos também um blog que apresenta a nossa turma e o nosso projecto que é facilmente acessível a quem estiver interessado no tema. Por fim, procedemos à realização de um vídeo sobre as visitas realizadas e sobre a nossa escola.
Nas últimas aulas temos desenvolvido um relatório sobre os resultados obtidos a partir do estudo dos inquéritos.

Fundamentação do tema e a sua pertinência:

O tema do projecto é pertinente na medida em que permite o aprofundamento e aplicação de conhecimentos adquiridos, a promoção de metodologias de estudo, a investigação, gestão de informação e trabalho de grupo e a preparação do prosseguimento de estudos a nível superior. É um tema bastante actual, pois no quotidiano lidamos diariamente com este tipo de comportamento, no entanto, passa despercebido aos olhos da sociedade.

Avaliação:

- Apresentação pública do produto final: relatório, diapositivos (PowerPoint), blog, filme.

Contactos:


DECO-PROTESTE
- Rua da Torrinha nº 2284 5º / 4050-160 Porto
- Telf. 223391960
- Fax. 222019990
- e-mail: deco.norte@deco.pt

CASA DA MÚSICA
- Av. da Boavista, 604-610 / 4149-071 Porto- Telef. +351 220 120 220- Fax. +351 220 120 298
- e-mail: info@casadamusica.com

NORTESHOPPING
- Rua Sara Afonso, 105-117 / 4460-841 Senhora da Hora- Telefone: 22 957 13 00 / 22 957 13 18- Fax: 22 954 80 12- e-mail: administracao@norteshopping.pt



sexta-feira, 9 de março de 2007

Quem somos!














O COLÉGIO:




O INED NEVOGILDE – Instituto de Educação e Desenvolvimento – é um colégio que se situa na freguesia de Nevogilde, concelho e distrito do Porto, e cujo projecto educativo conta com uma elevada componente tecnológica, em particular das tecnologias da informação. Este projecto dispõe de uma liderança forte e conta com um corpo docente de qualidade já entrosado nas ideias e na prática do projecto. Os seus objectivos são a educação integral com vista ao desenvolvimento, usando a tecnologia de ponta disponível. Em particular, e para além dos objectivos curriculares legalmente estabelecidos e aproveitando as actividades de complemento curricular, destacam-se e sintetizam-se os meios e os objectivos.


A TURMA E O NOSSO PROJECTO:




A nossa turma (12º A) é constituída por onze alunos das áreas científico-tecnológica e socioeconómica, com idades compreendidas entre os 17 e os 18 anos, residentes na área metropolitana do Porto. Este ano, inserida no currículo do ensino secundário, frequentamos a Área de Projecto.

A Área de Projecto tem o objectivo central de envolver os alunos na concepção, realização e avaliação de projectos, permitindo-lhe articular saberes de diversas áreas curriculares em torno de problemas ou temas de pesquisa ou de intervenção. A Área de projecto tem como finalidades desenvolver competências sociais, tais como a comunicação, o trabalho em equipa, a gestão de conflitos e a avaliação de processos, aprender a resolver problemas, partindo das situações e dos recursos existentes, promover a integração de saberes através da sua aplicação contextualizada e desenvolver competências sociais, tais como a comunicação, o trabalho em equipa, a gestão de conflitos e a avaliação de processos.
No âmbito da área de projecto foi-nos proposta a realização de um projecto a desenvolver ao longo do ano acerca de um tema escolhido por nós.



O tema que decidimos desenvolver foi “ O Consumismo” .




Se desejar conhecer-nos um pouco melhor, visite-nos em:


Reflexões..

A nossa vida é influenciada em grande medida pelos jornais. A publicidade é feita unicamente no interesse dos produtores e nunca dos consumidores.

Por exemplo, convenceu-se o público de que o pão branco é superior ao pão escuro. A farinha, cada vez mais finamente peneirada, foi privada dos seus princípios mais úteis. Mas conserva-se melhor e o pão faz-se mais facilmente. Os moleiros e os padeiros ganham mais dinheiro. Os consumidores comem, sem o saber, um produto inferior. E em todos os países em que o pão é a parte principal da alimentação, as populações degeneram. Gastam-se enormes quantias na publicidade comercial.

Assim, imensos produtos alimentares e farmacêuticos inúteis, e muitas vezes prejudiciais, tornaram-se uma necessidade para os homens civilizados. Deste modo, a avidez dos indivíduos suficientemente hábeis para orientar o gosto das massas populares para os produtos à venda desempenha um papel capital na nossa civilização.

O CONSUMISMO CULTURAL

Sabe-se que vivemos na era do consumo. E para muitos, o consumo desenfreado é mau, porque desperdiça recursos, destrói o ambiente, fomenta o capitalismo selvagem, promove a superficialidade e o materialismo...

Com uma invisível excepção toda a gente é a favor do consumismo cultural.

Clicando pelos blogs, vê-se muita gente a qualificar livros, CDs, DVDs de "imprescindíveis", a ufanarem-se de "já tenho o meu exemplar", a lamentarem-se da falta de dinheiro para comprar mais livros, CDs, DVDs ou de espaço para os guardarem em casa, a referirem repetidas visitas a lojas ou megastores do ramo, a confessarem-se "bibliófilos", "cinéfilos", "melómanos". E há blogs exclusivamente sobre livros, sobre música, sobre cinema. E isto aos milhares por semana.

Inversamente, quantos posts há elogiando o bacalhau demolhado da Noruega? Quantos blogs há sobre cervejas ou carros? Quantos confessam perderem a cabeça no Pingo Doce? Quem foi a última pessoa que ouviram dizer com orgulho que era "atunófila"?

Não que eu queira negar aqui o prazer de ler um bom livro, ouvir boa música, ver bons filmes, mas porque é que o consumo desenfreado de livros (muitos dos quais, provavelmente, nunca serão lidos) é motivo de vaidade e o consumo desenfreado de toalhas de banho é um embaraço?

E, no meio de tantas preocupações ecológicas, porque é que não se ouve falar do consumo de recursos naturais que estas indústrias implicam? Alguma vez alguém deixou de comprar um livro pelas árvores e água que destrói e os químicos que contém? E, no entanto, a indústria do papel é a quinta maior consumidora de energia do mundo, a maior consumidora de água e usa numerosos químicos poluentes para branquear e tornar mais macio o papel.

Pois é, parece que o prestígio cultural e civilizacional, a "elevação espiritual" legítima alguns "consumismos desenfreados". No entanto, muitos livros não passam de ideias e palavras recauchutadas de outros livros, muitos filmes servem apenas para acompanhar com pipocas ou satisfazer egos e há músicas que estão ao nível de trauteios de duche.

Porque, por muito que gostemos da arte, isso não pode servir para desculpar ou fingir que por trás não existe uma indústria.
Publicado por Jorge Palinhos, dia 25 de Novembro